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DOURAMENTO E POLICROMIA - UM OFÍCIO
 

O trabalho de douramento e policromia de esculturas sacras é tradicionalmente feito a quatro mãos: o escultor habilidoso transforma um simples pedaço de madeira em obra de arte e depois o entrega em confiança ao pintor. Ao contrário de uma tela em branco a pintura de escultura não é livre, ela revela o que já existe ali, podendo suprimi-lo ou ressaltá-lo. 

A PACIÊNCIA DAS ETAPAS

DOURAMENTO

A madeira é tratada, lixada e recebe diversas camadas de gesso. Com uma cola especial delicadas folhas de ouro, prata ou outro metal são aplicadas de acordo com a técnica escolhida. O douramento pode ser feito a mordente a água, óleo, cola de coelho, com folhas de ouro verdadeiras, mistas ou falsas de acordo com as exigências do cliente. 

POLICROMIA

Já sobre o douramento a camada de policromia é aplicada.

 

A tinta feita artesanalmente a base de gema de ovo e pigmentos puros em pó forma uma tempera macia que permite ser riscadas.

 

A etapa chamada Esgrafitos decora as vestimentas das imagens em uma infinidade de padrões geométricos e florais.

 

Os desenhos são ainda enriquecidos por alto relevos  em gesso dourado (os chamados Pastiglios) e baixo relevos em pontos de tamanhos diferentes (Punção).

 

Tudo elaborado de forma a criar um estamparia única, que reflita a luz da própria divindade. 

CARNAÇÃO

Uma vez prontas as vestes inicia-se a Carnação, ou seja, a pintura da pele, cabelos, olhos e rostos das figuras.

 

Os mesmos pigmentos em pó puro são misturados a óleo de linhaça, criando uma tinta a óleo artesanal.

 

Dezenas de camadas finas e transparentes compões aos poucos todos os detalhes de veias, fios de cabelo, rubores, unhas, etc que assim revelam-se as expressões naturais das esculturas.

 

Se por um lado a riqueza da policromia das vestes reflete a dimensão divina de Cristo, Maria, anjos e santos, por outro lado a carnação reflete sua dimensão humana . 

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